Quando alguns
físicos conseguiram criar feixes de luz torcida há alguns anos, muitos de seus
colegas torceram o nariz e tentaram oferecer outras explicações para os
resultados obtidos. O veredito final é que, no início deste ano, essa
manipulação dos feixes de luz permitiu experimentos de um novo tipo de banda
larga capaz de transmitir 44 filmes HD por segundo. Agora, Yan Yan e seus
colegas da Universidade do Sul da Califórnia conseguiram alcançar velocidades
inéditas aplicando a mesma técnica às ondas de rádio - eles geraram ondas de
rádio torcidas. Da mesma forma que ocorre na luz torcida, é possível inserir
uma quantidade muito maior de informações nas ondas torcidas de rádio. O experimento
dá suporte ao trabalho pioneiro, mas muito criticado, de uma equipe italiana
que, há cerca de dois anos, descreveu a multiplexação de dados em ondas de
rádio torcidas. Rádio mais rápido: Neste novo experimento, feito no laboratório
com uma distância de 2,5 metros de espaço livre entre o transmissor e o
receptor, alcançou taxas de transmissão de 32 gigabits por segundo. Isso é
quase 3.000 vezes mais rápido do que a velocidade de uma rede Wi-Fi e 30 vezes
mais rápido que as transmissões 4G - dá para transmitir 10,5 horas de filmes HD
em um segundo. "É um dos mais rápidos
meios de transmissão de dados via ondas de rádio já demonstrados,"
assegura o professor Alan Willner, cuja equipe já havia conseguido transmitir
dados a 2,5 terabits por segundo usando luz torcida. "A vantagem do rádio
é que ele usa feixes mais largos e mais robustos. Feixes mais largos lidam
melhor com os obstáculos entre o transmissor e o receptor, e o rádio não é tão
afetado pela turbulência atmosférica como a óptica," disse Willner. Placa
de fase espiral: Para torcer as ondas de rádio, os pesquisadores passam cada
feixe - já com seus dados codificados - através de uma "placa de fase
espiral", que torce cada feixe de rádio em uma forma helicoidal e
ortogonal única, parecida com uma molécula de DNA. A elevada taxa de
transmissão é obtida porque é possível torcer juntos vários feixes individuais
para compor o feixe de saída, que é enviado para a antena de transmissão. O
receptor deve estar preparado para desenroscar o feixe de dados antes de
decodificar os dados. Os pesquisadores afirmam que o próximo passo é aumentar o
alcance das transmissões, de olho em aplicações como as estações repetidoras de
telefonia celular.
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