Antigamente, a estrutura das empresas e seus
níveis hierárquicos eram mais claros e organizados. No entanto, para o
consultor em Gestão de Pessoas Eduardo Ferraz, o sistema era burocrático. As
mudanças do mercado de trabalho se refletem na rotina dos recursos humanos.
Hoje em dia, enquanto a maioria das empresas tem três níveis hierárquicos, as
pessoas têm mais opções de carreiras, o que aumenta a rotatividade. “O vínculo
emocional entre os colegas diminuiu, falta mão de obra qualificada e o pessoal
da área de recursos humanos está sendo cada vez mais pressionado para
‘encontrar gente boa, motivada, fiel e ganhando o mínimo possível’”, diz
Ferraz. Em uma estrutura cada vez mais horizontal, com poucos chefes, escassez
de recursos e competição entre departamentos, é preciso saber estar sozinho –
tanto no cotidiano quanto no desenvolvimento da carreira. Ou seja, para o
especialista, o que antes era incumbência da empresa passou a ser
responsabilidade de cada profissional, gerando críticas à pouca relevância dos
departamentos de RH. Para enfrentar esses desafios, Ferraz sugere três
estratégias aos gestores de RH. Confira:
1. ANALISE AS REAIS DEMANDAS DA EMPRESA: Em empresas com até 500 funcionários (que geram mais de 90% dos empregos no país), normalmente a cultura tem relação direta com a personalidade e os valores do presidente ou de seu dono. Por isso, o gestor de RH precisa entender muito bem como o seu principal gestor “funciona”. Quem é ele? Do que precisa? Qual é seu estilo? Como funciona sob pressão? Como foram suas últimas contratações? Quais são seus principais argumentos? Qual a visão que ele tem sobre gestão de pessoas? Quando você estuda muito bem com quem vai lidar, ganha um tempo enorme e concentra esforços.
2. NEGOCIE METAS PARA O RH: Quase todas as empresas têm metas para o lucro, diminuição de despesas e participação de mercado, mas poucas estipulam metas para o setor de recursos humanos. Por isso, tome a iniciativa e proponha metas para diminuição da rotatividade, acerto nas contratações, melhoria do clima e tudo mais que julgar relevante. O que a empresa gostaria de conseguir como ideal e qual o mínimo necessário? A distância entre o ideal e o mínimo constitui sua margem de negociação que, quanto mais ampla, maior flexibilidade lhe dará. Você terá que se adaptar às demandas da empresa, mas precisará ser sincero quando as expectativas forem irrealistas. Para adquirir credibilidade e respeito você precisará atingir as metas combinadas.
3. ANALISE A
NECESSIDADES DOS OUTROS GESTORES: Se você quer conseguir apoio dos outros
departamentos, precisará analisar as necessidades, motivações e expectativas
das pessoas que os comandam. Muita gente “esquece” de alinhar as expectativas
do presidente com os demais membros da equipe. A função de fazer o meio de
campo deveria ser do RH. “Quando você consegue ser o profissional que une todos
os departamentos tanto nos bons quanto nos maus momentos, bate metas e é
assertivo, certamente obterá autoridade para fazer uma gestão de pessoas que
realmente faça a diferença”, conclui o consultor.
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